quinta-feira, 2 de maio de 2013

Da senciência

 
"Podemos não ser todos iguais, mas o nosso desejo de viver não é diferente."
One Voice for Animal Rights
 
Pois é, ainda que possamos passar grande parte da vida sem essa perfeita consciência, os animais têm, tanto quanto os humanos, a faculdade da senciência. Sentem dor, prazer, agonia, alegria, saudades, ansiedade, stress, conforto, medo.
 
Não julgue o leitor que a sua dor de cabeça detém a caraterística única de ser uma senhora humana dor de cabeça. As dores são iguais, dependendo da sua natureza e intensidade, em humanos e animais, em pessoas e vacas, em crianças e gatinhos, em idosos e coelhos. O mesmo para o sentimento de abandono, perda, agressão. E para a deliciosa alegria de estar em boa companhia!
 
E o mesmíssimo para a fundante vontade de viver. Um desejo partilhado, de que espécie alguma pode ser senhora absoluta.
 
Perante isto, como pode defender-se que qualquer atentado à integridade física e psicológica de um animal (seja qual for o animal), não é fazer-lhe mal?
 
E, se concluímos que de mal se trata, como é ainda possível a nós, seres ímpares, sim, mas na capacidade de associar e fazer complexamente interagir razão e sentimento, tradição atávica e ética, aceitarmos passivamente o mal e ser seus coautores?
 
Desafio a que cada um se faça esta pergunta. E que, indo mais longe, a responda. Pelo meio, pensem: "empatia". Garanto-vos não menos do que um périplo fascinante pela vossa interioridade.

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