quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ser vegan = não roubar

O primeiro post da Consciência Vegan foi uma declaração solene: Borzeguim passa, neste nosso mini-Universo recém-nascido, a Hino Vegan. (A ironia do título não lhe retira a imponente bandeira!) Esta jobiniana é, para mim, uma das mais belas canções compostas e cantadas na História. Mas não seria, em si mesmo, por isso. É que as tantas linhas da sua magnífica letra sintetizam com precisa excelência uma ideia fundamental do Veganismo: deixar ser livre. Deixar o outro viver. Seja o outro um ser humano, como um índio, ou um peixe. Um peixe a nadar, imaginem, exatamente onde está, quer e precisa de estar. O ser, a vontade, a necessidade nos seus devidos lugares.
 
Ontem, hoje, aqui, além, ser vegan é respeitar as consequências últimas da nossa humanidade e ser movido a exercer o poder de escolher não fazer parte, ou escolher não fazer parte no máximo das nossas possibilidades, de um circuito irracional, persistente e absolutamente desnecessário de exploração animal. Não precisamos. Para nada. Não precisamos de continuar a fazer o que não é um nosso direito fazer.
 
Lamento não me recordar da autoria de uma frase que, juntamente com vários outros raciocínios e pensamentos, foi absolutamente preciosa na minha radical (de raiz mas, se quiserem também, de total convicção) alteração de dieta, hábitos de consumo e, mais alargadamente, de ética; era algo como "Ser vegan não se trata de desistir de alguma coisa, mas sim de não a tomar." Não a tomar de outro(s), naturalmente.
 
Em boa verdade, ser vegan trata-se de não roubar. Não se zanguem. Nunca aqui encontrarão apedrejamentos. Teria de fazê-lo a mim mesma primeiro já que, por 35 anos, jamais me questionei sobre o meu não vegetarianismo, o meu não veganismo. Da mesma maneira, todavia, também aqui não há maciez sedutora, compreensão indulgente,  relativismo abandalhado. Aqui, meus queridos leitores, há factos, verdades e rotas de uma escolha. De uma escolha de quem soube, a partir do momento em que começou a refletir profundamente (mesmo enquanto talvez ainda o não soubesse), e a sentir, não existir alternativa para a sua consciência.
 
E, quando não há alternativa, a escolha está feita.



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